Jornal Extra - 14/09/2015
Depois de passar o fim de semana em reuniões para tentar cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento, a presidente Dilma Rousseff acertou ontem um corte de R$ 20 bilhões nas contas do governo, preservando programas sociais. No encontro com ministros da Junta Orçamentária e secretários da área econômica no Palácio da Alvorada, Joaquim Levy (Fazenda) apresentou a sugestão de não conceder aumento algum aos servidores públicos federais em 2016.
Com essa medida, o governo deixaria de gastar R$ 15 bilhões, que é o valor previsto no Orçamento de 2016 para pagar os aumentos salariais. Esse número pode ser superior se o governo também decidir congelar, total ou parcialmente, as novas contratações, que têm valor previsto de R$ 12 bilhões.
Após sofrer duras críticas do Congresso sobre a condução das respostas ao déficit orçamentário, Dilma decidiu que as propostas de cortes e de aumento de impostos serão apresentadas antes aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também ao vice-presidente Michel Temer.
Segundo parlamentares, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) tem se mostrado refratário à ideia de “reajuste zero”. E estaria negociando acordos com as diferentes categorias para oferecer um reajuste mínimo. A avaliação de Barbosa, segundo interlocutores, é que seria “politicamente inviável” não dar aumento algum.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), defende que a decisão sobre o reajuste seja linear, a exemplo do que pretende Joaquim Levy.
— Não sei se reajuste zero, mas vai ter que ter muito bom senso. Na iniciativa privada, as pessoas estão perdendo seus empregos. Os servidores já têm estabilidade, então não se pode, quando a maioria está perdendo emprego, querer reajustar seu salário.
(O Globo)
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