Cerca de 50 ex-guardas da Sucam, a atual Funasa, estiveram na Aleac durante a sessão desta terça-feira agradecendo o
apoio que têm recebido dos parlamentares em sua luta por reparações à intoxicação por DDT que sofreram durante
combate ao mosquito da malária nas décadas de 70 e 80, especialmente. O presidente da Casa, deputado Edvaldo
Magalhães (PC do B), suspendeu a sessão logo após o Pequeno Expediente para ouvir uma comissão de ex-guardas.
“Uma vez que a Aleac participou ativamente da campanha para que eles fossem reconhecidos como vítimas,
agora vamos saber como estão os desdobramentos, as conquistas e ver como a Casa pode continuar ajudando, afinal
esta é uma causa do Acre”, comentou Edvaldo Magalhães.
O presidente da comissão “DDT e a Luta Pela Vida”, Aldo Moura, explicou que o objetivo da visita era
agradecer pelo empenho dos parlamentares, pois em seu entendimento, a Assembleia os abraçou como um pai abraça a
um filho. “Os parlamentares esqueceram suas siglas partidárias e se uniram todos em prol de uma causa social
e justa”, afirmou Aldo. Ele lembrou que uma comissão foi criada na Aleac, composta pelos deputados Walter
Prado (PSB), Idalina Onofre (PPS), Donald Fernandes (PSDB), Chico Viga (PT) e Josemir Anute (PR). “Eles
percorreram os municípios realizando entrevistas com os companheiros contaminados e este trabalho resultou num
belíssimo relatório”, destacou Aldo.
Outro membro da comissão, José da Rocha Viana, declarou que, assim como veio pedir ajuda na Aleac, é justo que
venha agradecer. Viana lembrou que, graças ao encaminhamento da Aleac, hoje as vítimas de contaminação já têm uma
amostragem dos níveis de intoxicação. “Se antes apenas suspeitávamos, hoje temos esta confirmação em 80% dos
casos dos companheiros que fizeram os exames”, disse.
“Nós denunciamos uma dor e dissemos onde doía encontrando guarida nesta Casa. E estamos pedindo socorro.
Eu tenho medo de morrer e pode ser de outra coisa, mas sei que meu carrasco é o DDT”, declarou.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, Noel Chaves, também participou da reunião, lembrando
que a entidade está contribuindo com a luta dos ex-guardas. Segundo ele, os trabalhadores foram vítimas de uma das
tantas políticas erradas implementadas pelo Governo Federal na Amazônia.
Vários outros integrantes da comissão deram depoimentos durante a visita, todos lembrando que um dia trabalharam
para a prevenção da saúde dos acreanos e acabaram perdendo as suas saúdes por conta disso. O ex-guarda
Juscelino, por exemplo, contou que está praticamente sem movimento nas pernas e acaba de passar um período de 18
dias internado na Pronto Clínica.
O deputado Donald Fernandes, que integra a comissão da Assembléia que apurou a dimensão dos problemas dos
contaminados, afirmou que o resultado do relatório foi bastante conclusivo, mas que ainda há muito que fazer. O
deputado explicou que os trabalhadores da extinta Sucam foram vítimas de desconhecimento dos médicos da época,
pois eles trabalharam uma vida inteira sem equipamentos de proteção e sem saber que tipo de substância estavam
Segundo Donald, os agentes de controle de endemias que estão em atividade atualmente continuam sendo vítimas dos
mesmos erros, pois não utilizam equipamentos de proteção. “A Funasa insiste em fazer o trabalho errado, daqui a
alguns anos teremos que ficar nos lamentando como hoje com o DDT”, afirmou o deputado. Para Donald, assim
como os soldados da borracha lutaram pelo seu reconhecimento e conquistaram o direito a um salário, os guardas da
Sucam também devem requerer uma pensão como “Soldados do DDT”.
O presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães, explicou que a Casa entrou neste debate para auxiliar na luta das vítimas
Fornecido por Joomla!
Produzido em: 7 October, 2009, 02:13
www.aleac.ac.gov.br
pelo seu reconhecimento perante as instituições e esta foi a primeira vitória do movimento. A imprensa, segundo o
presidente, teve um papel fundamental nesta luta publicando matérias duras e comoventes. “Nós fizemos aquilo
que era nossa obrigação, a causa tinha que ser abraçada por todos os deputados”, afirmou.
Edvaldo Magalhães lembra que a Aleac deu exemplo ao encampar esta luta, pois o debate já era travado há mais
tempo no Pará, sem que o legislativo daquele Estado desse o mesmo encaminhamento. No Acre, foi graças ao papel da
Aleac que as vítimas de contaminação foram incluídas na agenda da Secretaria Estadual de Saúde para que pudessem
ser submetidas à exames e terem um tratamento diferenciado quando precisam de tratamento ambulatorial ou internação.
O presidente garantiu, ainda, que a Aleac vai continuar à disposição e não vai se esquivar de novos empreendimentos,
mesmo quando a problemática passar para a esfera federal, em Brasília, onde está sob responsabilidade da deputada
Perpétua Almeida. “Agora vai depender de uma mudança de legislação, o que é um problema estritamente político
e muito delicado”, afirmou.
Os contaminados defendem a reintegração ao quadro de servidores da Funasa, no caso dos demitidos ou a
aposentadoria especial retroativa, no caso dos que se aposentaram por idade ou tempo de serviço.
Fornecido por Joomla!
Produzido em: 7 October, 2009, 02:13
www.aleac.ac.gov.br
Fornecido por Joomla!
Produzido em: 7 October, 2009, 02:13
Este portal quer reiterar a gratidão e o respeito que sempre dedicam ao serviço público. Respeito expresso no diálogo, na transparência, no incentivo à qualificação e ao profissionalismo. O objetivo deste, e para abrir espaço democrático e transparente à todos os interessados em discutir os Direitos Humanos e atuação dos políticos brasileiros. (waldyr.madruga4@gmail.com)
SELECIONE SEU IDIOMA AQUI.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AGRADECEMOS A GENTILEZA DOS AUTORES QUE NOS BRINDAM COM OS SEUS PRECIOSOS COMENTÁRIOS.
##############PORTAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO BRASIL##############