Falta de motivação e salários baixos estimulam saída de funcionários da área pública
ALESSANDRA
HORTO
O
DIA - 23/09/2012
Rio
- Sonho
para muitos concurseiros, a carreira pública nem sempre é um mar de rosas para
quem já está dentro dela. Falta de condições de trabalho, salários baixos,
atividades estagnadas e salários maiores na iniciativa privada são alguns
exemplos que motivam o servidor a pedir para sair dos quadros de pessoal dos
órgãos públicos.
Exemplo
recente é do ex-segundo sargento Pacelli, que pediu baixa em setembro deste ano
do 62º Batalhão de Infantaria e do Exército Brasileiro. A cerimônia de
desligamento aconteceu na quinta-feira, quando depois de 12 anos de serviço
militar, ele se tornou o civil Eugênio Pacelli Paz Vieira da
Costa.
Em
sua carta de demissão, ele deixou claro que não sofre de tipo de desvio de
vocação, principalmente, por ser filho de militar e ter estudado no Colégio da
Polícia Militar de Pernambuco. Segundo Pacelli, o desligamento tem motivação
financeira, “tendo em vista a crise salarial que assola a massa de oficiais e
sargentos e a falta de perspectiva profissional já atingiram até a Academia das
Agulhas”.
Pacelli
se formou em Direito e vai ser sócio
de escritório: “De imediato, terei remuneração superior ao que recebia como
militar”.
Desmotivado
com o antigo trabalho, Luís Guilherme Tavares do Amaral, 52 anos, atuou por 23
anos como técnico judiciário federal, e viu no recebimento de herança familiar a
chance de mudar: “Foi o presente de aniversário de 50 anos. Meu desligamento
saiu em 1º de janeiro de 2010. Estava aborrecido com o trabalho e acabei tendo
essa alternativa”.
Na
época, amigos o chamaram de maluco, mas ele não desistiu. “O dinheiro está
acabando e já estou fazendo curso de corretor de
imóveis”.
É
comum buscar outras áreas
O
diretor do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Estado do Rio
(Sisejufe) Roberto Ponciano explicou que é comum os servidores saírem da Justiça
Federal para áreas como Auditoria da Receita Federal ou Tribunal de Contas da
União: “A desmotivação é grande, mas nem todos têm a chance de sair quando
realmente desejam”, diz.
Secretário-geral
da Condsef, Josemilton Costa afirmou que muitos profissionais de Tecnologia têm
migrado para o setor privado. “Além de receber mais, eles têm direito à
hora-extra e ao adicional noturno, por exemplo. O que é mais atrativo”, explica
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