Julia Borba
Folha de S. Paulo - 26/09/2012
BRASÍLIA - O ponto dos policiais federais que participam do
movimento grevista será cortado e não haverá aumento de salário para a categoria
em 2013, segundo informou nesta quarta-feira o ministro Eduardo Cardoso
(Justiça).
De acordo com o ministro, o governo segue aberto para
negociar com os grevistas e para discutir o plano de carreira dos servidores, no
entanto, não há como incluir alterações salariais na Lei
Orçamentária.
"Nada mais pode ser feito para alteração de salários no ano
que vem", disse Cardoso.
Para o ministro da Justiça, o ponto dos grevistas deve ser
cortado e casos de abuso serão punidos.
Ontem, a Fenapef (Federação Nacional de Policiais Federais)
aprovou a continuidade da greve de agentes, escrivães e
papiloscopistas.
De acordo com a entidade, os policiais irão cumprir a
decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que fixou os índices de efetivo
que devem estar à disposição dos serviços prestados pela Polícia
Federal.
O ministro do STJ Herman Benjamin concedeu liminar
determinando que sejam mantidas 100% das atividades de plantão nos aeroportos e
portos.
Foram fixadas ainda a manutenção de 70% do serviço nas
atividades da Polícia Judiciária, de inteligência e em unidades de fronteira;
50% nas funções de Polícia Administrativa e 30% nas tarefas
residuais.
A decisão de manter a greve foi tomada pelos 27 presidentes
de sindicatos que compõem a Fenapef e deverá ser ratificada em assembleias nos
Estados.
A Fenapef informou ter encaminhado um ofício ao
diretor-geral da PF, Leandro Daiello, solicitando informações sobre lotação de
policiais e efetivo total da instituição. A ideia é calcular o percentual de
policiais que deverão trabalhar.
"Vamos cumprir a decisão judicial, mas manteremos nosso
movimento em todo o país", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
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