Condsef - 15/09/2012
O anúncio de um reajuste de 25%, feito essa semana para funcionários que ocupam
cargos comissionados, é mais um indício de que a crise econômica usada para
negar reajuste aos servidores de carreira é apenas uma desculpa do governo.
Desde o início de seu mandato, a presidenta Dilma Rousseff já concedeu a
indicados políticos até 149% de reajuste.
Este
foi o aumento concedido aos ministros de Estado em fevereiro de 2011. No mesmo
período, o salário da presidenta sofreu aumento de 143%, enquanto deputados e
senadores tiveram 61% de reajuste em seus salários. À época, o governo também
anunciou aumentos para os cargos de direção e assessoramento superior, chamados
DAS.
A
Condsef não questiona o mérito dos reajustes, e sim o fato de não haver
coerência no discurso promovido pelo governo quando o assunto são os servidores
concursados de carreira.
Para
a Condsef, as decisões do governo neste campo comprovam cada vez mais que a
prioridade não está em resolver verdadeiramente os graves problemas que o setor
público acumula. Investimentos adequados na area são fundamentais para assegurar
atendimento de qualidade à população.
Enquanto
usa aqueles que amargam os menores salários como exemplo do “rigor” fiscal,
negando atendimento de demandas urgentes e tolhendo o direito à greve com
medidas extremas como o corte integral de ponto, o governo não para de conceder
benesses a indicados políticos e, principalmente, ao setor privado que em menos
de dois anos já acumulou mais de R$ 300 bilhões em
incentivos.
A
maioria dos servidores, essencialmente os responsáveis por atender diretamente a
população, não compreende e não aceita que haja orçamento para reajustar
salários de parlamentares, ministros, e cargos com DAS, e aqueles que estão à
frente do atendimento público continuem preteridos e sofrendo com remunerações
defasadas e péssimas condições de trabalho.
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