Correio Braziliense - 02/10/2016
O Ministério do Desenvolvimento Social informou ontem que afastou o ex-ministro petista Carlos Gabas e outros dois servidores de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para investigar a conduta deles em um suspeito tratamento diferenciado para a aposentadoria da presidente cassada Dilma Rousseff pelo instituto.
Segundo reportagem da revista Época, Dilma se aposentou menos de 24 horas depois de ter assinado, em 31 de agosto, a notificação do Senado que oficializava que o impeachment tinha sido aprovado. Ela obteve a remuneração mensal de R$ 5.189,82, teto da Previdência, em 1º de setembro. O tempo médio de espera para se aposentar no Brasil é de 74 dias, segundo o INSS. Em Brasília, onde o pedido de Dilma foi deferido, é de 115 dias. Dilma e Gabas negam as acusações. A ex-presidente informou que já poderia se aposentar há 10 anos.
O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame, determinou ao INSS, vinculado à pasta, que abra sindicância interna para apurar a responsabilidade de Gabas e de Iracemo da Costa Coelho e Fernanda Cristina Doerl dos Santos. Segundo a Época, Gabas - que foi ministro de Dilma e é servidor de carreira do INSS - acompanhou uma mulher munida de procuração de Dilma para fazer o pedido da aposentadoria em uma agência do instituto em Brasília. Iracemo, chefe da agência, foi responsável pelo atendimento.
Segundo o ministério, os três foram afastados dos cargos de origem para que não possam interferir no andamento das investigações. O INSS também deve pedir o acompanhamento dos órgãos de controle para a verificação dos fatos e eventual ilegalidade nas alterações cadastrais da ex-presidente.
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