Jornal Extra - 14/04/2017
Servidores federais terão taxas de juros menores para o empréstimo consignado, conforme Portaria publicada no fim de março pelo governo federal. Com a medida, quem precisa desta modalidade de crédito, uma das mais baratas do mercado, conseguirá economizar no valor total ao fim do pagamento.
No caso de um servidor federal, por exemplo, que foi contemplado com a medida, que contratasse na semana passada um empréstimo consignado de R$ 10 mil, para pagar em 24 parcelas, pagaria um total de R$ 13.419,12. Com a mudança, um empréstimo nas mesmas condições sai para o servidor, no final, por R$ 12.978,48.
Com a decisão do governo federal, o percentual cobrado dos servidores públicos federais passa de 34,5% para 29,8% ao ano. Por mês, o valor cai de 2,5% para 2,20%. Segundo comunicado do Ministério da Fazenda, o corte também valerá para operações realizadas pelo cartão de crédito. A taxa passa de 3,36% para 3,06% ao mês e de 48,7% para 43,6% ao ano, um recuo de 5,1 pontos percentuais.
Em fevereiro de 2017, o saldo total de empréstimos consignados atingiu R$ 291,4 bilhões, o que corresponde a uma alta de 5,5% em 12 meses. Do valor total contratado junto às instituições financeiras, R$ 169 bilhões foram destinados a servidores públicos. É importante lembrar que o crédito consignado pode servir para uma emergência ou para reestruturar a dívida, mas é necessário sempre pesquisar as taxas. E não confundir divida com renda.
Mesmo mais barato, contratação exige cautela do servidor
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a medida deve aquecer as contratações na modalidade, que são mais em conta para os servidores.
— Esta é uma modalidade que já era atrativa. Agora, deverá chamar mais a atenção do servidor, que poderá contratar o crédito com taxas menores. Porém, quando se fala de qualquer tipo de crédito, deve ser tomado com cautela — alerta.
De acordo com a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), a medida que contempla, além dos servidores federais, os aposentados do INSS, é importante para a economia, mas alerta para os cuidados que se deve tomar ao contratar um empréstimo.
— O servidor precisa ter em mente que, ao contratar um consignado, é uma parte do salário que ficará automaticamente comprometida — diz o presidente da Abefin Reinaldo Domingos.
(Bruno Dutra)
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