Agência Brasil - 13/10/2012
Brasília – A divulgação dos profissionais que integram as bancas examinadoras,
responsáveis pela correção de provas em concursos públicos, é fundamental para
garantir transparência aos processos seletivos, avalia o consultor jurídico da
Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Concurseiros, Alessandro Dantas.
Segundo o advogado especialista em concursos públicos, o sigilo dessas
informações pode comprometer a qualidade das avaliações.
“O candidato tem direito de saber quem está avaliando, principalmente quando há
questões discursivas. Há concursos em que o nível dos candidatos é altíssimo,
sendo alguns já ocupantes de cargos de alto escalão, mas que tentam outros ainda
melhores. Por isso, é preciso saber se quem vai corrigir suas respostas tem
qualificação suficiente”, defendeu.
Em um concurso promovido este ano para a Guarda Municipal de Belém (PA), candidatos
reclamaram que havia entre os avaliadores do teste físico estudantes
universitários em vez de profissionais da área.
“Só descobrimos porque conversamos com alguns deles durante o teste e ficamos
apavorados porque no edital, inclusive, estava descrito que os testes físicos
seriam avaliados por profissionais de educação física e não acadêmicos”, disse
Victor Hugo Móia, um dos candidatos. Ele foi aprovado na prova escrita, mas
acabou eliminado no teste físico.
Segundo
a assessoria de comunicação da Guarda Municipal de Belém, por orientação do
Ministério Público, a avaliação física foi refeita e um número maior de
candidatos, em relação à previsão inicial de vagas, acabou sendo aprovado. O
edital previa a convocação de 285 pessoas, mas foram chamadas 315, que
atualmente fazem o curso de formação.
O
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília
(Cespe-UnB), uma das principais instituições responsáveis pela organização de
concursos públicos no país, informou, por meio de sua assessoria de imprensa,
que as provas são elaboradas por bancas compostas por especialistas, levando em
consideração a competência, o nível acadêmico e o conhecimento dos
profissionais. A identificação dessas pessoas, no entanto, não é divulgada por
questões de segurança.
A
Escola de Administração Fazendária (Esaf) e a Fundação Universa, que também
organizam diversos concursos públicos no país, não responderam aos
questionamentos da Agência Brasil até o fechamento desta reportagem.
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