Isabella
Souto
Souto
Correio
Braziliense - 31/12/2012
Braziliense - 31/12/2012
Nos
últimos 10 anos, mais de 4 mil funcionários públicos perderam o emprego por atos
de improbidade administrativa, como desvio de verbas e fraudes em licitações.
Mas não é fácil reaver o dinheiro roubado nem mandar os acusados para a
cadeia
últimos 10 anos, mais de 4 mil funcionários públicos perderam o emprego por atos
de improbidade administrativa, como desvio de verbas e fraudes em licitações.
Mas não é fácil reaver o dinheiro roubado nem mandar os acusados para a
cadeia
Exonerados
do serviço público por atos de improbidade administrativa, servidores corruptos
podem ser beneficiados pela morosidade da Justiça brasileira. Por causa da
estrutura precária do Judiciário e da infinidade de recursos que a lei admite,
os réus, muitas vezes, se veem livres de punições como a devolução do dinheiro
desviado aos cofres públicos e, até mesmo, a prisão. E não é pouca gente: nos
últimos 10 anos, perderam cargos na União por desvios 4.021
funcionários.
do serviço público por atos de improbidade administrativa, servidores corruptos
podem ser beneficiados pela morosidade da Justiça brasileira. Por causa da
estrutura precária do Judiciário e da infinidade de recursos que a lei admite,
os réus, muitas vezes, se veem livres de punições como a devolução do dinheiro
desviado aos cofres públicos e, até mesmo, a prisão. E não é pouca gente: nos
últimos 10 anos, perderam cargos na União por desvios 4.021
funcionários.
Os
casos mais comuns são servidores que usam o cargo para benefício próprio ou de
terceiros, como fraudar uma licitação para ajudar determinada empresa. Mas há,
também, vários exemplos de enriquecimento ilícito e de desvio de dinheiro
público. O processo administrativo que pode culminar na expulsão do serviço
público ou na perda da aposentadoria leva de 12 a 18 meses, período que depende
do número de pessoas envolvidas e da complexidade do crime cometido. Tempo
considerado pequeno, se for levada em consideração a média de tramitação de
processos na Justiça.
casos mais comuns são servidores que usam o cargo para benefício próprio ou de
terceiros, como fraudar uma licitação para ajudar determinada empresa. Mas há,
também, vários exemplos de enriquecimento ilícito e de desvio de dinheiro
público. O processo administrativo que pode culminar na expulsão do serviço
público ou na perda da aposentadoria leva de 12 a 18 meses, período que depende
do número de pessoas envolvidas e da complexidade do crime cometido. Tempo
considerado pequeno, se for levada em consideração a média de tramitação de
processos na Justiça.
"O
problema é que, enquanto o processo administrativo leva um ano, o criminal ou
cível demora muito mais, podendo levar até a prescrição do crime. É preciso que
se modifique o arcabouço legal para garantir a punição", argumenta o secretário
executivo da Controladoria-Geral da União (CGU), Luiz Navarro. Ele lamenta ainda
que muitos casos não vão parar no Judiciário pela dificuldade de levantar
provas, necessárias para que o processo não seja desqualificado nos
tribunais.
problema é que, enquanto o processo administrativo leva um ano, o criminal ou
cível demora muito mais, podendo levar até a prescrição do crime. É preciso que
se modifique o arcabouço legal para garantir a punição", argumenta o secretário
executivo da Controladoria-Geral da União (CGU), Luiz Navarro. Ele lamenta ainda
que muitos casos não vão parar no Judiciário pela dificuldade de levantar
provas, necessárias para que o processo não seja desqualificado nos
tribunais.
O
processo envolvendo servidores tem início no próprio órgão de lotação, com a
tomada de contas especial para apurar os fatos e quantificar os valores
desviados. A partir daí segue para a CGU e para o Tribunal de Contas da União
(TCU), encarregado de julgar o caso. Cabe à Advocacia-Geral da União (AGU) a
tarefa de ajuizar ações para ressarcimento de recursos e sanção penal aos
acusados.
processo envolvendo servidores tem início no próprio órgão de lotação, com a
tomada de contas especial para apurar os fatos e quantificar os valores
desviados. A partir daí segue para a CGU e para o Tribunal de Contas da União
(TCU), encarregado de julgar o caso. Cabe à Advocacia-Geral da União (AGU) a
tarefa de ajuizar ações para ressarcimento de recursos e sanção penal aos
acusados.
Mas,
ainda que eles possam se livrar das penas, Luiz Navarro lembra que só o fato de
não ter direito a uma aposentadoria já é uma grande perda para os acusados. E,
mesmo quem já se aposentou, pode perder o benefício. Nos últimos 10 anos, foram
259 casos. O pedido de devolução do vencimento recebido durante a ocupação do
cargo, no entanto, não tem sido acolhido pelo Judiciário.
ainda que eles possam se livrar das penas, Luiz Navarro lembra que só o fato de
não ter direito a uma aposentadoria já é uma grande perda para os acusados. E,
mesmo quem já se aposentou, pode perder o benefício. Nos últimos 10 anos, foram
259 casos. O pedido de devolução do vencimento recebido durante a ocupação do
cargo, no entanto, não tem sido acolhido pelo Judiciário.
Sem
segredo
segredo
Relatório
disponibilizado pela CGU com dados até novembro mostra que 2011 foi o ano em que
mais servidores deixaram seus cargos (564) e que o Rio de Janeiro foi o estado
onde mais funcionários públicos foram condenados (517) na última década. A
vassoura passou com mais força no Ministério da Previdência Social, líder do
ranking de expulsões, com 992 demitidos — 2,4% da folha de
pessoal.
disponibilizado pela CGU com dados até novembro mostra que 2011 foi o ano em que
mais servidores deixaram seus cargos (564) e que o Rio de Janeiro foi o estado
onde mais funcionários públicos foram condenados (517) na última década. A
vassoura passou com mais força no Ministério da Previdência Social, líder do
ranking de expulsões, com 992 demitidos — 2,4% da folha de
pessoal.
"Não
é segredo para ninguém que há várias tentativas de fraude na Previdência. É uma
estrutura que lida com muito dinheiro e de forma muito pulverizada. Há
representantes do INSS em diversos estados do país, por isso, há uma fragilidade
maior", disse Luiz Navarro. Mas ele ressalva que o número reflete, também, um
trabalho rigoroso de controle feito pela Corregedoria do INSS. "Ter mais
expulsões pode mostrar também que o sistema de combate à corrupção está
funcionando."
é segredo para ninguém que há várias tentativas de fraude na Previdência. É uma
estrutura que lida com muito dinheiro e de forma muito pulverizada. Há
representantes do INSS em diversos estados do país, por isso, há uma fragilidade
maior", disse Luiz Navarro. Mas ele ressalva que o número reflete, também, um
trabalho rigoroso de controle feito pela Corregedoria do INSS. "Ter mais
expulsões pode mostrar também que o sistema de combate à corrupção está
funcionando."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AGRADECEMOS A GENTILEZA DOS AUTORES QUE NOS BRINDAM COM OS SEUS PRECIOSOS COMENTÁRIOS.
##############PORTAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO BRASIL##############