Correio Braziliense - 09/08/2013
Em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) servidores do Judiciário e do Ministério Público do Distrito Federal reinvidicaram ontem a reformulação da Portaria Conjunta nº 1, responsável por regulamentar a Lei 12.774/12, que unificou os padrões de enquadramento das duas categorias. Se vitoriosos, haverá aumento de salários acima dos 15,8% negociados na última greve.
Os servidores alegam que a nova lei "beneficia apenas os que estão para entrar no Judiciário. Quem já era servidor teve a progressão congelada", protestou a coordenadora de comunicação Sheila Tinoco. Com a vigência da lei, os 15 anos necessários para se atingir o topo da carreira caíram em dois anos.
A expectativa do Sindjus-DF é de que o Supremo ceda às exigências, assim como fez o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que aprovou o reenquadramento com dois padrões para todo o Ministério Público da União (MPU), restabelecendo os critérios anteriores de avanço na carreira, o que eleva em média R$ 300 a remuneração desses funcionários.
Técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) há três anos, Guilherme Nunes de Moraes, 27, estava na manifestação. "Há uma disparidade. Os recém-nomeados vão entrar no mesmo nível que eu", reclamou. "O reajuste dado não valorizou em nada o trabalhador do Judiciário. Fico desmotivado, porque busco capacitação e sou submetido a avaliações periódicas dentro do órgão para um retorno que não vejo", acrescentou.
Servidora do TJDFT há cinco anos, Larissa Zuany, 25, também pede uma reestruturação da carreira sem prejuízo para os concursados. "A pessoa se sente desanimada, e quem perde é a sociedade", disse. Lamentando a situação, ela tem estudado para a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) e também vai tentar a seleção para a Câmara dos Deputados. "Como não vejo valorização do Judiciário, o jeito é buscar os outros poderes", avaliou.
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