Os servidores estão atônitos com a intervenção na Fundação 
de Seguridade Social (Geap) — entidade fechada de previdência complementar que 
atende cerca de 600 mil funcionários públicos —, decretada ontem, pela Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Superintendência Nacional de 
Previdência Complementar (Previc), como antecipou o Correio. Josemilton Costa, 
secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal 
(Condsef), disse que, apesar do duro golpe, não perdeu as esperanças de salvar a 
Geap e que vai tentar discutir com o governo o destino dos planos de saúde de 
autogestão.
“A medida piorou muito a situação da Geap e dos cerca de 
250 mil assistidos acima dos 60 anos. Já havíamos pedido uma reunião com a 
Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, que foi 
agendada para o início de abril. Agora, essa conversa se tornou essencial”, 
contou. 
Para Cleuza Faustino, diretora da Federação Nacional dos 
Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência 
Social (Fenasps), o dilema da entidade não é econômico. “A intervenção é um 
simples argumento para mascarar a crise política que a Geap vive hoje. O governo 
quer tomar conta daquilo que os trabalhadores construíram. Não respeita nem 
sequer a lei que define a composição do conselho”, acusou.
No início do ano, conta Cleuza, a Geap apresentou um plano 
de recuperação de 12 meses — aceito pela ANS —, que, segundo ela, vem sendo 
cumprido à risca. “O que é essa intervenção?”, questionou. Nas portarias 
publicadas ontem, no Diário Oficial da União, os argumentos da ANS e da Previc 
são contrários aos da líder sindical. A agência afirma que, após longo processo 
administrativo, foram encontradas “anormalidades econômico-financeiras e 
administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à 
saúde”. Por isso, foi instaurado o Regime de Direção Fiscal na operadora. Luiz 
Carlos Carneiro Barbosa foi nomeado para a função de diretor fiscal da Geap e 
assumiu ontem.
Em nota, a ANS informou que “no caso da GEAP, a 
sinistralidade (despesas com assistência à saude sobre receitas com os planos) 
estava acima da média para instituições similares. Isso denota custos elevados e 
resultados operacionais sucessivamente negativos”. A direção fiscal terá duração 
de até 365 dias. Luiz Carlos Barbosa vai monitorar de perto a situação da 
operadora. Caberá à Geap, apresentar uma solução, seja ela imediata ou planejada 
ao longo do programa de recuperação. Caso as proposições não sejam aceitas, a 
ANS poderá adotar outras medidas. Entre elas, estão a saída ordenada da 
operadora do mercado, o cancelamento do registro ou a liquidação extrajudicial 
da Geap.
A portaria da Previc, por sua vez, determinou intervenção, 
por 180 dias, prazo considerado usual para trabalhos “da espécie”, em 
consequência da “situação geral da entidade e dos planos de benefício e saúde 
por ela administrados”. Em nota, a Previc esclareceu que o prazo pode ser 
antecipado ou prorrogado, “algo que não se pode prever desde já, pois o desfecho 
dependerá das condições encontradas e da implantação das medidas de saneamento 
cabíveis”.
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