BSPF
- 02/12/2012
Patrimônio atual é de R$ 620 bilhões, o que equivale a 18% do PIB, e deve crescer para
cerca de 40% em 20 anos
RIO - Com um patrimônio de R$ 620 bilhões, os fundos de pensão têm um papel de destaque no
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O patrimônio das fundações corresponde a
18% do PIB, mas a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Abrapp) aposta que esse porcentual pode chegar a 40% em 20
anos.
Além
do crescimento natural, a criação do Fundo de Pensão do Servidor Público Federal
do Poder Executivo (Funpresp-Exe) também vai colaborar para incentivar o setor
nos próximos anos. "A previsão é que esse fundo em 20 anos seja do tamanho que a
Previ tem hoje", afirmou o presidente da Abrapp, José de Souza Mendonça.
Atualmente, a Previ (fundos dos funcionários do Banco do Brasil) tem um
patrimônio em torno de R$ 160 bilhões, sendo mais de 60% aplicados em ativos de
renda variável.
"A
entrada desse novo fundo propicia uma alavancagem da economia do Brasil. Quem
quiser aproveitar o crescimento do setor terá de estruturar investimentos para
oferecer bons retornos com segurança no longo prazo",
explicou.
Mudanças.
A perspectiva de um crescimento mais acelerado do patrimônio das fundações chega
em um momento de queda das taxas de juros para a casa de um dígito. Movimento
que vai exigir do setor mudanças nas aplicações dos recursos, hoje ainda muito
concentrada em títulos públicos.
Para
o diretor de Investimentos da Funcef, Maurício Marcellini, a tendência do setor
é alocar cada vez mais para recursos no setor real da
economia.
Segundo
ele, a Funcef tem caminhado nessa direção por considerar que investimentos em
infraestrutura oferecem retornos de longo prazo e com previsibilidade de
receita, o que é bom para o setor, que precisa pagar mensalmente
benefícios.
"Se
olharmos os investimentos de private equity da Funcef, temos algo em torno de R$
5,5 bilhões. Desse total, aproximadamente 70% estão no segmento de
infraestrutura", revelou.
Já
Mendonça prefere não arriscar dizer para onde vão migrar os recursos atualmente
aplicados na segurança dos papéis públicos. Mas adianta que a fatia dos fundos
em participações acionárias de empresas brasileiras deve crescer. Os três
maiores fundos de pensão do País - Previ, Petros e Funcef - já tem uma parcela
significativa de seus ativos nesse segmento.
"Infraestrutura
também pode ser um bom negócio desde que se criem contratos que garantam
retornos para os investimentos dos fundos por prazos longos", afirmou. Para ele,
o mercado vai precisar se organizar para conseguir absorver o aumento da
poupança previdenciária no País.
O
executivo classifica como "incipiente" a Bolsa de Valores de São Paulo, sem
capacidade de possibilitar uma quantidade maior de bons investimentos de longo
prazo.
Fonte:
O Estado de S.Paulo
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