Renato Onofre
O Globo - 25/02/2013
Na Esplanada, restrição legal é contornada com
pró-labores
Após a edição da Constituição Federal em 1988, que pela
primeira vez estabeleceu limites de remuneração para o funcionalismo público, e
de várias emendas constitucionais tratando dos tetos dos vencimentos nos Três
Poderes e nas diversas entidades da Federação, os supersalários continuam a
figurar nas folhas de pagamento de Executivo, Legislativo e
Judiciário.
Ano passado, foi revelado que na Esplanada dos Ministérios,
dos 38 integrantes do primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff, 13 recebiam
mais do que o limite com a inclusão no contracheque de pró-labores. No Senado
Federal, um levantamento do Congresso em Foco, publicado pelo GLOBO em agosto,
mostrou que, dos 3.182 servidores da Casa, 464 ganham acima do teto. No Rio, em
julho, O GLOBO publicou que, no Tribunal de Justiça do Rio, dos 814 membros da
Corte, 30% recebem acima do limite de R$ 26,7 mil.
Os supersalários já foram destaque na edição do jornal
americano "The New York Times", que afirmou, em fevereiro, que os altos
vencimentos brasileiros deixam "o funcionalismo nos Estados Unidos e na Europa
em situação humilhante".
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