BSPF - 10/02/2013
Brasília - Cerca de 24 milhões de transações, 21 megabytes trafegados e cerca de 1 milhão
de páginas de relatório. Estes são alguns dos números superlativos relacionados
ao Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), responsável
pela maioria das transações envolvendo o funcionalismo público federal. Em
operação desde 1989, o veterano está perto de ser aposentado. Um consórcio entre
o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência Social (Dataprev) está desenvolvendo um novo sistema
que, em cinco anos, substituirá o completamente.
Batizado de Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal, ou simplesmente Sigepe, ele
terá abrangência nacional, incluindo os 236 órgãos públicos federais, com mais
de 1,5 milhão de matrículas, e será responsável pelo processamento de R$ 100
bilhões em folha de pagamento mensal. “O atual sistema atende à demanda, contudo
ele tem uma arquitetura do final dos anos 1980 que carece evoluir”, explica o
representante do Serpro no Núcleo Gestor do projeto, Ângelo
Zanata.
O Núcleo Gestor — que também conta com um representante da Dataprev — fica
localizado na sede das duas empresas, em Brasília, de onde comanda quatro polos
de serviço: dois do Serpro, em Belo Horizonte e Curitiba, e outras dois da
Dataprev, em João Pessoa e Natal. “Atualmente estamos tocando 12 demandas, a
expectativa para os próximos meses é de subir para 22”, conta
Zanata.
Um investimento total de R$ 97 milhões está sendo feito pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog), dono do sistema, ao longo dos 40 meses
em que o Sigepe é desenvolvido, garantindo um faturamento mensal de cerca de R$
1,6 milhão para o consórcio. “À medida que as demanda surgem, elas são
direcionadas para a equipe que tenha mais conhecimento naquela área,
aproveitando a expertise das duas empresas.”
O novo sistema deve abarcar os 12 macroprocessos da moderna gestão de pessoas,
como pagamento, aposentadoria e benefícios, alguns não disponíveis na atual
ferramenta. “O Siape foi construído em um outro momento na gestão de pessoas, a
evolução gera novas demandas, que serão respondidas pelo Sigepe”, completa o
gestor.
Além da inclusão de novas funcionalidades, o Sigepe trará em sua concepção
tecnologias inexistentes em 1989 como a internet, o software livre e a linguagem
Java. A antiga tela preta, ao estilo DOS, dará lugar a uma interface web, mais
amigável aos gestores públicos e servidores públicos, além de mais agilidade e
segurança no manuseio dos dados do funcionalismo federal.
Durante algum tempo os dois sistemas, Siape e Sigepe, devem conviver, já que a
implantação da nova ferramenta vai ocorrer em cinco etapas. Já no fim de 2013 as
primeiras funcionalidades devem entrar em operação. “O cronograma de implantação
é desenvolvido pelo Mpog, detentor do Sigepe, e depende de questões
administrativas do órgão”, completa Zanata.
Fonte:
ti inside
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