Jornal Metro
Brasília - 23/01/2013
Os sete criminosos se apresentavam como funcionários da Justiçae exigiam pagamentos
para liberar benefícios a servidores públicos
A PF (Polícia Federal) prendeu ontem sete pessoas acusadas de usar dados pessoais
de funcionários públicos aposentados para aplicar golpes. Os criminosos foram
presos em Brasília, Belo Horizonte (MG), São Luís (MA) e Parauapebas (PA),
durante a Operação Bloqueio.
As investigações começaram há um ano e meio. A denúncia foi feita peloCNJ (Conselho
Nacional de Justiça). A quadrilha se passava por funcionários do CNJ,
desembargadores, juízes, procuradores e advogados. Com informações pessoais das
vítimas, os bandidos cobravam um valor entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para liberar
dinheiro de gratificações ou benefícios que teriam sido desbloqueados.
A PF não informou quantas pessoas caíram no golpe. “As vítimas estão espalhadas em
todos os estados. Como a fraude era praticada por telefone facilitava este tipo
de acesso”, explicou a delegada Fernanda Costa de Oliveira, que preside o
inquérito.
A delegada informou que uma das vítimas tinha 91 anos e repassou R$ 98 mil aos
estelionatários.
Prisão
preventiva
Os golpista foram levados para as superintendências da PF nas quatro cidades, onde
prestaram depoimento, mas devem ser transferidos para Brasília. Os nomes também
foram mantidos em sigilo. A prisão preventiva será por cinco dias. Se
condenados, os sete acusados poderão pegar, no mínimo, 8 anos de prisão por
formação de quadrilha e estelionato, além de ser obrigados a pagar multa.
Os agentes também cumpriram três mandados de busca e apreensão, todos no Distrito
Federal. O material apreendido foi levado para perícia no INC (Instituto
Nacional de Criminalística). Foi descartada, por enquanto, a participação de
funcionários do Poder Judiciário no esquema.
A PF quer saber, porém, como a quadrilha teve acesso ao cadastro dos servidores
públicos aposentados. Uma das hipóteses é de que os dados tenham sido obtidos
por hackers.
Orientações
A PF orienta a população a buscar informações na Justiça sempre que forem
contatados sobre o pagamento de benefícios. Pedem, ainda, que se evite fazer
depósitos de qualquer valor para pagamento de serviços em contas de pessoas
físicas. “É triste ver as pessoas caindo nesse golpe, porque não vão rever esse
dinheiro mais”, salientou a delegada Fernanda Costa de Oliveira.
Como funcionava o esquema
Os criminosos entravam em contato com os servidores públicos aposentados por
telefone. Munidos de dados como RG, CPF, telefone e endereço, informavam a
existência de um benefício financeiro. Para que o dinheiro fosse liberado, era
cobrado um valor. Era exigido um pagamento antecipado em contas de pessoas
físicas. Os recursos seriam para o pagamento de custos do processo e honorário
dos supostos advogados que atuavam na causa.
A Polícia Federal informou que a maioria dos aposentados que fizeram os pagamentos
sequer tinha algum processo pendente na Justiça.
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