Judiciário barrado
Correio Braziliense - 21/11/2012
O Palácio do Planalto espera que a recusa em conceder
aumento para o Poder Judiciário pelo segundo ano consecutivo não azede as
relações entre o governo e o Supremo Tribunal Federal. A presidente Dilma
Rousseff já havia decidido que o reajuste não seria concedido, e não teve nenhum
constrangimento em comunicar o fato ao futuro presidente do STF, Joaquim
Barbosa. Ambos se encontraram na semana passada, quando Barbosa foi ao gabinete
presidencial convidá-la para a cerimônia de posse, na quinta-feira,
22.
Segundo apurou o Correio, Barbosa, que comunicou à
presidente a necessidade de reajuste dos vencimentos do Poder Judiciário,
recebeu a recusa com tranquilidade. O governo não pretende comprar uma briga com
o STF neste momento. Mas Dilma manteve a mesma postura do ano anterior, quando
também recusou o pedido de aumento feito pelo então presidente do Supremo, Cézar
Peluso. Naquela época, contudo, o clima entre os poderes ficou meio amargo.
Interlocutores da presidente Dilma reclamaram que Peluzo, em reuniões
reservadas, já havia entendido os argumentos do governo. Posteriormente, em
público, criticou a intransigência da presidente na condução do
assunto.
O nebuloso cenário internacional impede qualquer desejo da
presidente de recompor salários. "Se a crise econômica mundial permanecer, ou se
acirrar, é inevitável que a arrecadação de impostos despenque. Nesses casos,
teríamos que continuar pagando os vencimentos com menos dinheiro em caixa
ainda", disse um aliado da presidente que acompanhou as
negociações.
O principal temor do governo é evitar um efeito cascata.
Durante muito tempo, uma das brigas do Poder Legislativo foi para que
vencimentos dos parlamentares se equiparassem aos salários dos ministros do
Supremo Tribunal Federal. A batalha foi ganha. Se o governo sinalizar um aumento
dos ministros, não demorará para que os deputados resolvam reajustar os próprios
salários.
Além disso, reajustes nos topos das pirâmides provocam
automaticamente correções nos demais escalões. As assembleias estaduais, por
lei, devem ter seus vencimentos correspondentes a 75% da remuneração paga ao
Congresso Nacional. Os vereadores, por sua vez, recebem 75% do salário dos
deputados estaduais.
Negociação na Polícia Federal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pretende dar
um basta às brigas internas na Polícia Federal, entre escrivães, papiloscopistas
e agentes (EPAs) e delegados. "Ou há entendimento para pactuar uma alternativa,
ou nada se resolve. Eles têm 10 dias para encaminhar propostas sobre suas
atribuições", disse Cardozo. Os EPAs querem ser reconhecidos como profissionais
de nível superior, escolaridade exigida para o acesso por concurso público. O
presidente da Associação dos Delegados da PF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro,
disse os EPAs merecem ser valorizados, mas em atribuições diferentes. A respeito
da Lei Orgânica da Polícia Federal, afirmou que "qualquer novidade terá
necessariamente quer ser negociada ". Porém, quando convidado a participar da
reunião com o ministro, não compareceu
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AGRADECEMOS A GENTILEZA DOS AUTORES QUE NOS BRINDAM COM OS SEUS PRECIOSOS COMENTÁRIOS.
##############PORTAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO BRASIL##############