Condsef
- 27/11/2012
Na
semana em que mais um escândalo de corrupção ocupa os noticiários brasileiros
com a operação da Polícia Federal que investiga duas organizações criminosas -
formadas por doleiros e pessoas infiltradas no setor público que vendem
informações sigilosas - o Brasil aparece em um estudo realizado pelo IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) como o pior país no retorno à
sociedade dos impostos pagos pela população. Não por acaso essas informações
estão relacionadas.
Há
anos, o governo não prioriza o setor público e apresenta sempre os servidores
como responsáveis pelo desequilíbrio da balança comercial. Enquanto procura
desculpas e coloca trabalhadores públicos de carreira como bodes expiatórios de
problemas criados por má gestão pública, outro dado assusta. Um instituto
levantou recentemente que a corrupção desvia mais de R$ 80 bilhões todo ano do
orçamento brasileiro. Uma verba que deixa de ser investida e que resolveria
inúmeros problemas.
Outro
aspecto que liga essas informações e que precisa ser esclarecido é que não raro
investigações, como esta nomeada de Operação Durkheim, apontam a participação de
servidores no esquema. Neste aspecto, a Condsef alerta que em mais de 90% dos
casos observa-se que os culpados são indicados políticos e não servidores de
carreira.
Todos
aqueles servidores concursados que são pegos em esquemas ilícitos estão sujeitos
à penalidade máxima e, se têm a culpa comprovada, são exonerados de seus cargos.
Em contrapartida, dificilmente vê-se um indicado político pagar devidamente
pelos erros que cometeu.
É
justamente para garantir que o setor público funcione com menor possibilidade de
fraudes e corrupção que a Condsef defende a presença de servidores concursados
de carreira atuando em todas as frentes da administração pública. Com carreiras
competitivas, garantia de qualificação e investimento adequado, dificilmente
servidores públicos serão cooptados a crimes de lesa pátria. E é
fundamentalmente para proteger e garantir o bem maior da população que os
servidores de carreira trabalham.
Para
tirar Brasil do posto de país que pior trata sua população – São os
investimentos públicos adequados que podem assegurar que a população tenha
acesso a serviços de qualidade, recebendo de volta aquilo que a União recolhe em
impostos. Mudanças profundas e vontade política são essenciais para garantir um
cenário diferente e fazer com que estudos que envolvam análise de Carga
Tributária em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e ao IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) não coloquem o Brasil no posto do país que pior trata
sua população
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