Folha de S. Paulo - 29/11/2012
BRASÍLIA - Servidores da AGU (Advocacia Geral da União)
fizeram nesta quinta-feira (29) manifestação em frente ao o órgão, em Brasília,
quando pediram o afastamento do ministro Luís Inácio Adams do cargo para que
seja apurado se ele tinha conhecimento da participação de José Weber, até sábado
seu braço direito no órgão, em suporto esquema de corrupção.
Weber participaria de quadrilha que comprava pareceres
públicos atendendo a interesses privados, segundo investigação da Operação Porto
Seguro da Polícia Federal.
"O escândalo demonstra o equívoco da gestão dele na AGU. A
concepção dele é de uma advocacia de governo e não da defesa da União", afirmou
Allan Titonelli, presidente do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da
Fazenda Nacional).
O ministro convocou a imprensa para uma coletiva na tarde
de hoje, quando deve comentar o assunto. As pessoas próximas a ele têm afirmado
que Adams desconhecia os fatos.
"Não podemos ser levianos, mas os fatos devem ser apurados.
Se for necessário, o ministro deve ser afastado para que haja uma investigação
isenta", afirmou Simone Fagá, diretora da Unafe (União dos Advogados Públicos
Federais do Brasil).
A manifestação reuniu cerca de 60 pessoas. Servidores
também pediram o afastamento do chefe da consultoria, Arnaldo Godoy, do cargo.
Ele elaborou parecer de interesse da quadrilha. Godoy se diz "usado" pelo
esquema alegando que fez o parecer de acordo com suas convicções e só soube
agora a razão do interesse de Weber no assunto.
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