ISTOÉ
- 25/11/2012
Além
dos vencimentos de até R$ 40 mil, médicos do Senado recebem verba do Congresso
para atender servidores em suas clínicas particulares
Há
três anos, em meio ao escândalo dos atos secretos, o presidente do Senado, José
Sarney, contratou uma auditoria da Fundação Getulio Vargas (FGV) para melhorar a
gestão.
Em
seu relatório, os auditores propuseram várias medidas saneadoras. Entre elas, a
extinção do Departamento Médico do Senado, considerado pouco eficiente ante a
estrutura semelhante à de um hospital de pequeno porte. O relatório da FGV foi
para a gaveta e, em vez de ser extinto, o serviço cresceu.
Este
ano, mais dez médicos passaram a integrar o corpo de 103 funcionários
concursados. Esses profissionais, que trabalham quatro horas por dia, em
plantões montados de acordo com o tempo livre de cada um, embolsam mensalmente
uma média de R$ 20,9 mil.
Em
alguns casos, o salário pode chegar a R$ 40 mil, somado a gratificações pouco
justificáveis. Não bastasse toda a mordomia, ISTOÉ descobriu que vários desses
médicos, além dos vencimentos oficiais, também recebem como terceirizados do
próprio Senado.
A
terceirização funciona da seguinte maneira: uma insuspeita entidade de classe
denominada Associação dos Médicos de Hospitais Privados do Distrito Federal
recebe do Senado e repassa os valores para as clínicas onde trabalham os médicos
do próprio Senado. Em 2011, a entidade fechou contrato com a Casa parlamentar no
valor de R$ 55 milhões para “intermediação no pagamento dos honorários relativos
à prestação de serviços complementares à saúde, aos beneficiários do plano de
assistência do Senado”.
O
contrato foi feito sem licitação.
Leia a íntegra em Marajás de jaleco
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