Vera Batista
Correio Braziliense - 15/03/2016
As negociações entre o governo e os servidores do Receita Federal, com privilégios que aumentam exclusivamente os ganhos mensais de auditores fiscais e analistas tributários, abriu uma guerra com as demais carreiras de Estado. Oito delas se uniram e enviaram um ofício ao secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, exigindo explicação e o mesmo tratamento. Nos cálculos de Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), até 2019, os servidores do Fisco vão inflar as remunerações em 40%, com o aumento de 21,3% e o bônus de eficiência de R$ 3 mil por mês.
A maioria do pessoal que recebe por subsídio teve reajuste de 27,9%, em quatro anos. "Nossa base está incomodada. Há cálculos que apontam que o bônus pode ultrapassar os R$ 8 mil mensais, o que resulta em aumento de 40%, superior até ao que ganharam os advogados federais (35%), com a inclusão dos honorários de sucumbência, reclamou. Causa preocupação a desorganização do Executivo, disse Daro Piffer, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal).
"Queremos entender o porquê da quebra do subsídio e da paridade e qual é a verdadeira moeda de troca do governo, uma vez que ele já quebrou todos os paradigmas e não cumpriu nenhuma das diretrizes que ele mesmo estabeleceu", reforçou Piffer. Em dezembro de 2014, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), Cláudio Damasceno, admitiu que "se atingidos 100% do índice de eficiência institucional, o bônus corresponderia a R$ 9 mil por mês". No fim de 2013, o Fundo Especial de Desenvolvimento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), que bancará a fatura, acumulava cerca de R$ 8 bilhões, disse.
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