Ministério da Saúde: ONTEM E
HOJE.
VÍTIMAS DO DDT/MALATION
O DDT e Malation foram inseticidas amplamente
usados no combate a malária, doença de chagas e outras doenças transmitidas por
vetores, principalmente na região norte, nordeste e centro-oeste. Até a década
de 90, os guardas e agentes de endemias da antiga SUCAM (agora FUNASA) eram as
pessoas que mais manipulavam esses produtos químicos.
Os guardas de endemias dedicaram boa parte de
suas vidas no cumprimento das atividades para preservar a saúde da
população. "Guardas da SUCAM", ficaram assim conhecidos pois tinham uma
estrutura linear hierarquizada, onde mais pareciam soldados do exército. Eram
regidos pelo Manual dos Guardas de Inseticida, publicação do Ministério da
Saúde.
Segundo o manual: os guardas deveriam ter uma
conduta social exemplar, evitar contatos com bebidas alcoólicas, obedecer
fielmente às ordens do seu superior, e ter o cuidado de estar com seu uniforme
sempre limpo, e claro, desempenhar sua atividade com perfeição.
Os agentes eram submetidos ao trabalho árduo e
diariamente eram sujeitados a cumprir metas. Pelo manual, eles tinham a
obrigação de borrifar uma parede de 19 m2 em 60 segundos.
Sem qualquer orientação sobre os riscos
causados pelo DDT, eles “preparavam” a residência para receber a borrifação, e
caso os moradores não pudessem ou recusassem a afastar os moveis, esse trabalho
passava a ser obrigação dos guardas.
Eles recebiam 1 (uma) Bomba modelo Hudson com
capacidade para 10 litros; 1 (um) balde de 5 litros para a preparação do
inseticida; 1 (uma) caneca para medir a pasta; 1 (uma) pequena pá de madeira; 1
(uma) bolsa de lona; materiais para anotações e 1 (uma) bandeira para
identificar que a residência estava sendo borrifada. Eles não recebiam
botas.
O manual foi rigoroso no cumprimento das
obrigações e regras impostas aos guardas, mas não há um parágrafo se quer com
pelo menos uma orientação ao guardas quanto aos riscos do contato direto com o
DDT. No manual consta que os guardas deveriam orientar as pessoas a não se
aproximarem no momento da borrifação e manter as criações e animais de estimação
distantes. Ou seja, os superiores tinham noção do perigo que o DDT representava
para a saúde dos animais dos proprietários das residências, mas não manifestavam
qualquer preocupação com a saúde dos homens que tinham a missão de salvar as
vidas da população.
O perigo estava presente justamente nos gestos
mais repetidos por eles antes de entrarem em ação. Sem saber, na hora de
preparar a emulsão, eles expondo seus corpos à doenças crônicas e assinando uma
sentença de morte. As contaminações ocorreram em decorrência de inadequadas
formas de armazenamentos, transportes, manipulação e aplicação dos inseticidas
usados pelos guardas da antiga SUCAM. Entre os inseticidas, o DDT.
Grande parte dessas intoxicações ocorreu devido
a orientação que os funcionários recebiam. Eles eram informados por seus chefes
que o DDT não causava dano a saúde. Alguns inclusive diziam que os guardas
poderiam ater “beber com açúcar” o inseticida que não sentiriam nada.
A atitude irresponsável provocou sequelas
irreparáveis no organismo desses servidores, desde problemas neurológicos que
ocasionam a perda dos movimentos, até câncer de pele e outras doenças, que os
afastaram do trabalho.
Fica o questionamento: E agora o que vão
fazer pelos guerreiros de outrora?
O ERRO AINDA CONTINUA?
Images ilustrativas
da internet
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